O
maior patrimônio que uma categoria pode ter é um SINDICATO atuante e engajado
politicamente na luta de classe. A conjuntura atual é perversa para as (os)
trabalhadoras (es) do Serviço Público Federal (SPF) com cortes no orçamento da
união nos últimos dois anos; um acordo de greve (para algumas categorias)
assinado sem ganho real, ou seja, abaixo da inflação; uma desmobilização
existente em algumas categorias; um congresso nacional completamente comprometido
com o agronegócio, os bancos (sistema rentista) e os grandes empreiteiros e
voltado de costas para os interesses da classe trabalhadora; a terceirização
tomando de conta do serviço público precarizando ainda mais as relações de
trabalho; os tribunais caçando “direitos adquiridos” dos trabalhadores e não
concedendo nada de vantagens aos trabalhadores; os órgãos de controle (TCU, AGU
e MPF) dentro das universidades com uma determinação governamental de fazer um “pente fino” nos contracheques dos SPF´s
e uma conjuntura internacional amplamente instável, com uma crise do capital
que parece não ter fim, e as trabalhadoras pagando o preço por esse crise, com
altas taxas de desemprego na zona do euro, principalmente entre a juventude,
golpes de Estado (Paraguai e Egito) tirando representantes eleitos
democraticamente, tudo isso gera uma insegurança política e econômica que afeta
o mundo inteiro. Esse é o cenário perverso e instável que temos atualmente.
No
Brasil, aconteceram mobilizações de rua em várias cidades, na capital do Acre,
tiveram mais de três, tendo uma delas alcançado cerca de 30 mil pessoas
reivindicando, onde a grande maioria desse público que foi às ruas era de
jovens com menos de duas décadas de vida. E em 30 países aconteceram mobilizações
em apoio aos manifestantes do Brasil que foram as ruas, começando na cidade de
São Paulo, em seguida, espalhando-se a milhares de cidades brasileiras. O mês
de junho de 2013 não foi um mês qualquer, pelo contrário, ele deixou sua marca
registrada da história do país. Conseguiu inverter a pauta política do
congresso nacional e do executivo federal, forçando-os a uma mudança de
comportamento, inserindo na ordem do dia o compromisso social e mais
participação popular na vida política do país.
E
não dá para que as entidades sindicais (leia-se Sintest/Ac) sejam omissas nesse
processo de luta, e não realizem nenhuma mobilização e nem discussão com a base
que se diz representar. A falência financeira de uma entidade pode se resolver
com mais facilidade, porém a FALÊNCIA política da entidade não se resolve com
brevidade, desta feita, torna-se num grande câncer para as trabalhadoras. Uma
entidade forte, engajada na luta de classe é o maior patrimônio que uma
categoria pode ter. É uma arma poderosa nas mãos dos trabalhadores contra o
padrão, pois nessa luta os dois polos (trabalhadores e patrão) são antagônicos
e têm interesses que não se relacionam, valendo a máxima de “patrão bom nasceu morto”. Já é passada
a hora de lutarmos em defesa do maior patrimônio da categoria, que um sindicato
de luta, e por isso o movimento #reconstruindo o sintest/ac convida você a
fazer parte dessa turma de engenheiros e coloque você também um tijolinho nessa
grande construção que vamos realizar. Todas por um sindicato reconstruído.
Charles
Brasil
Coordenador de Raça e Etnia da Fasubra Sindical
Trabalhador em Educação da Universidade Federal do Acre (UFAC)
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