Espírito Democrático

Resolvi criar esse espaço para poder divulgar minha opinião como representante sindical aqui no Comando Nacional de Greve da Fasubra Sindical - 2011. Aproveitando o acesso mundial da rede de computadores que facilitará e democratizará à informação detalharei cada passo meu, cada trabalho do CNG e disponibilizarei todas as novidades em primeira mão para os trabalhadores da Universidade Federal do Acre.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

25 de julho: dia da Mulher Negra Latina e Caribenha

A luta é diária, contínua e de todas as pessoas, por mais cidadania, mais qualidade de vida, menos desigualdades de gênero e raça, mais igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. O dia 25 de julho é um dia emblemático nessa luta, pois é o dia em que ficou marcado como o 1° Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, acontecido em San Domingo, na República Dominicana.
Não podemos deixar de registrar algumas conquistas, fruto da luta diária e contínua, do movimento negro brasileiro na última década. A criação, no âmbito nacional, de duas secretarias com status de Ministério que é a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a criação do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial (12.288/2010), da lei 10.639/2003, de leis estaduais que estabelecem cotas raciais nos concursos públicos e da lei de cotas nas universidades (12.711/2012), da recente aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) das domésticas, que na regulamentação o Senado Federal retirou vários direitos conquistados na promulgação da PEC, das Conferências Nacionais de Promoção da Igualdade Racial.
Essas e outras conquistas ainda estão em fase de aprimoramento, pois reconhecemos que algumas políticas, embora institucionalizadas, não conseguiram avançar no cotidiano e poder fazer a diferença na vida do povo negro brasileiro. Porém, nega-las, também não contribuirá para melhorar esse processo. Ninguém deu ou dará nada de “mão beijada”, pois se não for com luta, suor e sangue, como sempre foi, desse povo que foi jogado à margem, sem políticas públicas de inclusão social (no trabalho, transporte, moradia, educação, saúde, segurança, cultura, lazer e etc.) para o desenvolvimento digno do ser humano, não vamos conseguir diminuir o fosso social existente entre índias*, negra e não negras.
Para tal, precisamos melhorar a participação da mulher na política brasileira, nas instâncias de poder e/ou de decisão, reservando, para começar, 50% (paridade) das cadeiras no congresso nacional e 50% dos cargos comissionados do Governo Federal para as mulheres, mediante uma reforma política que de fato priorize os interesses do povo brasileiro. Se isso ocorrer, sem dúvida, somando-se a criação de políticas públicas que promova mais acesso das mulheres negras na educação, nos serviços de saúde, na efetivação de direitos trabalhistas, na igualdade de acesso e ascensão salarial no mercado de trabalho, no acesso a cultura e lazer, vamos ter um país menos desigual em sua estrutura social, política, financeira e econômica. Parabéns as mulheres de Luta que ajudam a construir esse país!
Charles Brasil Vice-presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Rio Branco e Coordenador de Raça e Etnia da Fasubra Sindical.
 
* O “comum” é escrever no masculino para fazer referência ao gênero, porém, escrevo no feminino a referência ao gênero para combater a imposição machista, em minha opinião, na escrita da língua portuguesa.

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