Um fato me causou bastante indignação nesses últimos dias. Uma escrita infeliz e oportunista da vereadora de Rio Branco Eliane Sinhasique (PMDB) que disse desdenhando e desrespeitando as minorias "Diminuir o custo com a máquina administrativa é fundamental para economia de recursos. O PT no Acre gasta muito e gasta mal! Em Rio Branco são 13 secretarias, 5 secretarias adjuntas (inclusive a secretaria adjunta de Igualdade Racial) - o que faz uma secretaria como essa?, 11 diretorias e 3 chefes..."( fonte: facebook da vereadora).
Minha indignação não se dá pelo fato de que a vereadora é contra a criação da Secretaria Adjunta de Promoção a Igualdade Racial (SEADPIR) na prefeitura de Rio Branco, mas sim pela maneira irresponsável de fazer política da representa municipal quando desrespeita às minorias políticas desse país, especialmente de Rio Branco. A foto montagem acima trás minha resposta no post da vereadora. E atualmente (2/07/13 às 12h:20min) escrevo este artigo da galeria da Câmara Municipal de Rio Branco, onde estou fazendo um protesto solitário e pacífico, onde entreguei uma carta pública a todos vereadores escrita por minha pessoa, onde demonstra minha indignação e exijo respeito às minorias políticas desse país, bem como coloquei cartazes na galeria em direção aos vereadores que dizem 1."#respeitoasminorias 100 preconceito e discriminação; 2. A ignorância é terra fértil para o preconceito que dissemina a discriminação." Estou nesse momento exercendo meus direitos constitucionais que a cidadania me confere.
A foto montagem acima trás alguns comentários em resposta ao post infeliz da vereadora, onde um deles questiona a parlamentar municipal e considera seu comentário um tanto preconceituoso e sugere que a vereadora saia do palácio (residência da parlamentar) e se informe mais. O outro comentário lamenta a insensibilidade e o respeito da parlamentar pelas minorias políticas, considerando um retrocesso para as políticas públicas o comentário da representante.
Caras leitoras (es), observem que o comentário da vereadora não causou indignação tão somente em minha pessoa, pelo contrário, várias pessoas se manifestam contrariamente e ainda consideram um retrocesso a atitude da vereadora para a promoção das políticas públicas em prol das minorias políticas desse país, que a mais de 500 anos sofrem com a exclusão social, e para o combate dessa exclusão, há mais de uma década o Brasil vem realizando e provendo políticas públicas em prol desses segmentos visando minorar o distanciamento social entre povos. É importante salientar que esses projetos não foram frutos da "bondade" governamental, pelo contrário, é fruto de muita luta, suor e sangue das pressões dos grupos sociais organizados, que dialogam e se mobilizam em prol das conquistas que hoje, embora ainda sejam poucas, mas são visíveis no tecido social brasileiro.
Em virtude dessa atitude lastimável da vereadora, a juventude de Rio Branco vai continuar se mobilizando nas redes sociais contra esse ato preconceituoso e em breve vamos realizar um ato público na "casa do povo" municipal, nos aguardem! Sempre por #respeitoasminorias 100 discriminação e preconceito.
Leiam na íntegra a carta pública que foi entregue a todas (os) vereadoras (es) de Rio Branco e as pessoas presentes na sessão
Charles Brasil
CARTA
PÚBLICA
A Ignorância é um terreno fértil para
o preconceito que dissemina a discriminação.
Senhoras
e Senhores, por esse instrumento público de comunicação, exercendo minha
cidadania, Eu Charles Brasil, contador, estudante, trabalhador em educação da
Ufac e militante dos movimentos sociais, residente e domiciliado nesta cidade, expresso
minha indignação e desconforto com o desdenho da vereadora de Rio Branco Eliane
Sinhasique (PMDB) ao citar na rede social facebook a criação da Secretaria
Adjunta de Promoção da Igualdade Racial (SEADPIR) pelo prefeito Marcus Viana.
A
atitude da vereadora é fruto da Ignorância que a mesma tem a respeito da pauta de
promoção da igualdade étnico racial e das demais minorias políticas que vem
sendo discutida em âmbito local e nacional, seja no Congresso Nacional, na
sociedade civil organizada (sindicatos, federações, associações, confederações,
conselhos e etc.) e/ou nos órgãos do judiciário como o Supremo Tribunal Federal
(STF) e Procuradoria Geral da República, bem como no Ministério Público Federal.
A Vossa Excelência deveria tomar conhecimento dos assuntos antes de externar
sua opinião, uma assessoria qualificada lhe faria bem.
A
promoção das políticas sociais na última década vem sendo pautada seriamente
nesse país, fruto da pressão, articulação e mobilização dos movimentos sociais,
que atuam constantemente dialogando com as esferas governamentais (Federal,
Estadual e Municipal) por intermédio dos fóruns de discussão (conselhos,
organizações não governamentais, grupos de trabalho e etc.), onde as (os)
trabalhadoras (es) propõem políticas públicas para os segmentos sociais como:
LGBT, Mulher, Criança, Adolescente, étnico racial e estudantes. Podemos citar
duas secretarias nacionais com status
de Ministério que foram criadas na última década e que têm prestado um grande
serviço à nação brasileira, são elas: A Secretaria de Políticas para as
Mulheres (SPM) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(SEPPIR), essa última completou uma década de vida em 2013.
Não
é o fato de discordar da criação da SEADPIR em Rio Branco, isso está no seu
papel de opositora na câmara mirim, o que me ofendeu enquanto cidadão militante
dos movimentos de minorias é não é possível tolerar é o desdenho e o
desrespeito com as minorias políticas, além de escrever INVERDADES quanto ao
quantitativo de trabalhadoras (es) na referida secretaria. Sua Ignorância e a
falta da verdade acirrou um preconceito que foi disseminado pelos demais
usuários da rede social provando o ódio nas pessoas contrárias às políticas
sociais voltadas às minorias. Uma oposição respeitável pautada na ética e na
verdade dos fatos é salutar para a democracia brasileira. O que não é
admissível é “jogar confete e depois sair
pra galera”, numa maneira de fazer política típica de oportunistas
descompromissados com a pauta social, ou seja, desconectada dos verdadeiros
legítimos interesses da sociedade.
Por
isso, nobre parlamentar, penso que vossa excelência deveria refletir, ler e reler
o que escreveu, bem como os demais comentários dos outros usuários, e, com toda
certeza chegará a uma conclusão que a escrita de uma comunicadora tão
experiente como és nesse momento foi infeliz e inoportuna, pois desrespeita um
dos direitos basilares da democracia brasileira, que é o respeito as minorias.
Diante disso, sugiro que reconsidere o que escrever-te e faça uma retratação às
minorias políticas desse país, especialmente de Rio Branco, pois tenho plena
convicção de que essa atitude honrará os votos que foram empenhados em vossa
excelência.
Rio Branco/AC, 2
de julho de 13
Charles
Brasil
1.