Muitos foram os direitos conquistados, a sangue e suor, ao
longo dos tempos pela classe trabalhadora, tanto no Brasil como no mundo. Não vou
citar nenhum para não causar nenhuma discordância com o leitor, pois alguns foram
conquistados e os trabalhadores gozam até hoje desses direitos, porém outros,
embora “conquistados” ocorreu uma “mutação” ou “cassação” desses direitos. É desse
ponto que gostaria de tratar nesse texto, da conjuntura atual que os
trabalhadores estão vivenciando, onde no movimento sindical as bandeiras são
pautadas na “ampliação e manutenção
dos direitos já conquistados”.
Defender com paixão aquilo que acreditamos faz parte da essência
de algumas pessoas, e não adianta que ela não será expressa tão somente no
microfone, ou seja, há uma lacuna enorme entre o discurso e a prática. Pois,
muitos bons oradores fazem a plateia chorar, se emocionar, conduzem e fazem a
mesma pensar a maneira como lhes é interessante e conveniente, é uma arte falar
em público.
Porém há um enorme vácuo, um enorme buraco entre o discurso
e a prática, pois sem a última a primeira é morta. É como um sino, só faz soar
e logo se vai com o tempo como uma vela acesa. É de suma importância equilibrar
as duas coisas, julgar o (a) sindicalista pelas duas coisas, caso contrário
podemos estar cometendo um grave erro.
Ora, é sabida uma coisa, que quando uma pessoa se propõe a
fazer um determinado trabalho (missão), sendo esta pessoa apaixonada naquilo
que faz certamente o trabalho sairá a contento. O contrário também é
verdadeiro, as pessoas que por diversos motivos e/ou interesses se propõem a
fazerem algo com um pensamento singular não conseguem êxitos em sua missão.
Sindicalismo é plural, é uma instância de deliberação dos
interesses do conjunto dos trabalhadores e não de uma determinada pessoa. Sindicalismo
quando realizado movido pela paixão, pelo fazer coletivo, pelo sangue na veia
inconformado com as injustiças sociais, é uma ferramenta poderosa nas mãos dos
trabalhadores. Nossa missão é debater coletivamente com a categoria seus
problemas e retirar os encaminhamentos políticos, administrativos e judiciais necessários
para resolver os problemas.
Estamos vivendo uma conjuntura onde os trabalhadores estão
pautando a permanência de direitos já conquistados com sangue e suor de muitos
(as) guerreiros (as), onde na verdade deveríamos estar pautando a ampliação de direitos
ainda não conquistados. É claro, que não podemos baixar a “espada” independente
de qualquer governo que esteja no poder. Nossa luta é árdua, contínua e
duradoura, não há fronteiras e nem limites para a ampliação dos direitos dos
trabalhadores do campo e da cidade.
Charles
Brasil
Conselheiro Universitário da UFAC
Contador - Técnico Administrativo em Educação da UFAC
Vice Presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Rio Branco - COMPIR
Vice Presidente do Sintest-ac
Coordenador de Raça e Etnia da Fasubra Sindical
Acadêmico do 4º ano do Curso de Direito da FAAO
Nenhum comentário:
Postar um comentário