Espírito Democrático

Resolvi criar esse espaço para poder divulgar minha opinião como representante sindical aqui no Comando Nacional de Greve da Fasubra Sindical - 2011. Aproveitando o acesso mundial da rede de computadores que facilitará e democratizará à informação detalharei cada passo meu, cada trabalho do CNG e disponibilizarei todas as novidades em primeira mão para os trabalhadores da Universidade Federal do Acre.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Greve da UFAC 2011


A GREVE NA UFAC (2011)

A greve é um instrumento legítimo de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. E na era democrática, a greve se consolidou como um direito dos trabalhadores(as). Estive 30 dias no Comando Local de Greve na UFAC, depois passei 60 dias no Comando Nacional de Greve da Fasubra, em brasíla, portanto, estive por dentro de todo o desenrolar do movimento paredista.
Saber se a greve de 2011 das Instituições Federais de Ensino Superior do Brasil (IFES) foi ou não um fracasso vai depender do ponto de vista de quem analisa. Toda greve tem um viés político, e a de 2011 não foi diferente. O problema se instala quando os interesses políticos partidários sobrepõem aos da classe trabalhadora.
Analisando este ponto de vista é claro que podemos afirmar que a greve de 2011 não teve o sucesso esperado pelos trabalhadores, pois a esses não interessa o ganho político partidário de uma greve. O importante é ver a pauta de revindicação ser contemplada pelo governo.
Verificando a força do movimento, a unidade dos grevistas e o poder de articulação de alguns comandantes, pode-se dizer que foi um viés que fracassou nessa greve. O movimento não entrou unificado na greve, e muito menos saiu unificado. Houve entidade que só aderiu à greve na prorrogação, bem como, teve entidade que tirou o time de campo antes do apito final. Isso sim é um fracasso, uma derrota que servirá para tirar as lições deixadas e fazer delas um aprendizado para outros momentos que virão.
O que mais repercutiu de forma negativa no movimento paredista foi a intransigência por parte do governo federal que não recebeu os trabalhadores(as) em greve para uma negociação. Um governo dito dos trabalhadores, oriundo dos movimentos sociais e grevistas, hoje, na condição de patrão, não recebe os trabalhadores para negociar em greve. E além do mais, judicializou o movimento grevista rachando-o ainda mais. E como consequência a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (FASUBRA) teve pela primeira vez em sua história que conduzir uma greve com apenas 50% dos trabalhadores(as), pois uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que metade dos trabalhadores das universidades brasileiras voltassem ao trabalho.
Por conta dessa intransigência do governo federal, de não receber os trabalhadores em greve, o movimento paredista reavaliou sua posição e decidiu nos sindicatos de base o retorno aos trabalhos a partir do dia 26. Numa tentativa de que fora da greve o governo federal cumpra com uma agenda de negociação que atenda os interesses da classe trabalhadora.
Essa é atenção que o governo federal dá a educação brasileira, quando se investi na educação míseros 5% do PIB brasileiro e deixa-se de receber os trabalhadores em educação em greve para uma negociação, fica demonstrada claramente o descaso com a educação do nosso país. A Dilma Roussef poderia se preocupar mais em se tornar a primeira presidenta brasileira a iniciar as grandes reformas (tributária, agrária, educação, previdenciária, etc) que o Brasil precisa para se tornar um país verdadeiramente dos brasileiros ao invés de dá ibope ao fato de ter sido a primeira mulher a abrir os trabalhos na Organização das Nações Unidas (ONU).
Concluo afirmando que há esperança para que nossa pauta seja atendida ainda em 2012 pelo governo federal. Nossas atenções, a partir de agora, irão está voltadas para a mesa de negociação que se instalará nos próximos dias. E não podemos aceitar que um governo dito dos trabalhadores possa continuar engessando a massa trabalhadora desse país. Os trabalhadores querem usufruir das riquezas de um país que está entre os cinco países que mais arrecada impostos no mundo. Os trabalhadores querem usufruir das riquezas de um país que tem uma das maiores reservas florestais do mundo. Os trabalhadores querem usufruir das riquezas de um país que é a 7º economia mundial. E os Trabalhadores(as) querem um Brasil verdadeiramente para os brasileiros.

Charles Batista, Trabalhador em Educação da Universidade Federal do Acre (UFAC)

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